quinta-feira, 5 de abril de 2012

A Técnica Científica da MEDITAÇÃO

Por Editor VOPUS   
A Técnica Científica da MEDITAÇÃO
Acima de tudo é necessário aprender a viver de instante em instante, saber aproveitar cada momento, não dosar o momento. A momentaneidade é característica especial dos gnósticos. Nós amamos a filosofia da momentaneidade.
Em certa ocasião perguntaram ao Mestre Nansen:
-¿O que é o TAO?
-A vida Comum!
-Como se faz para viver de acordo com ela?
- Se tratas de viver de acordo com ela, fugirá de ti. Não trates de cantar esta canção, deixa que ela mesma cante. Por acaso o humilde soluço não vem por si só?
Recordai esta frase: "A Gnose se vive nos fatos, murcha nas abstrações, e é difícil de encontrar ainda nos pensamentos mais nobres".
Perguntaram ao Mestre Bokujo:
- Teremos o que vestir e comer todos os dias? Como poderíamos escapar de tudo isto?
O Mestre respondeu:
- Comemos, nos vestimos...
- Não compreendo
- disse o discípulo.
- Então, vista-se e come
- disse o Mestre.
Esta é, precisamente, a ação livre dos opostos. Comemos? Vestimo-nos? Por que fazemos disso um problema? Por que estar pensando em outras coisas enquanto estamos comendo ou nos vestindo?

Se está comendo, come, e se está se vestindo, veste-se, e se está andando pela rua, anda, anda, anda, mas não pense em outra coisa, faz unicamente o que está fazendo, não fuja do que está fazendo, não fuja dos fatos, não os encha de tantos significados, símbolos, sermões e advertências. Vive-os sem alegorias, vive-os com
mente receptiva de instante em instante.
Esta tensão contínua da mente, esta disciplina contínua, leva-nos ao despertar da consciência. Se estamos comendo e pensando em negócios, é claro que estamos sonhando. Se estamos manejando um automóvel e pensando na namorada, é lógico que não estamos despertos, estamos sonhando. Se estamos trabalhando e estamos lembrando do compadre ou da comadre, do amigo ou do irmão, etc., é claro que estamos sonhando.
São terríveis o esforço e a vigilância que se necessita de segundo em segundo, de instante em instante, para não cair em sonhos. Basta um minuto de descuido e a mente já está sonhando ao recordar-se de algo, ao pensar em algo diferente do trabalho ou do fato que estamos vivendo no momento.

A TÉCNICA

A mente, A meditação Quando praticamos a meditação, nossa mente é assaltada por muitas lembranças, desejos, paixões, preocupações, etc.

Devemos evitar o conflito entre a atenção e a distração. Existe conflito entre a distração e a atenção quando combatemos contra esses assaltantes da mente. O Eu é o projetor de tais assaltantes mentais. Onde há conflito não existe quietude nem silêncio.

Devemos anular o projetor mediante a auto-observação e a compreensão. Examinem cada imagem, cada lembrança, cada pensamento que chegue à mente. Recordem que todo pensamento tem dois pólos: positivo e negativo.
Entrar e sair são dois aspectos de uma mesma coisa. O refeitório e o banheiro, o alto e o baixo, o agradável e o desagradável, etc., são sempre os dois pólos de uma mesma coisa.
Examinem os dois pólos da cada forma mental que chegua à mente. Recordem que só mediante o estudo das polaridades se chega à síntese.

Toda forma mental pode ser eliminada mediante a síntese.

Exemplo: Assalta-nos a lembrança de uma namorada. É bela? Pensemos que a beleza é o oposto da feiúra e que, se em sua juventude é bela, em sua velhice será feia. Síntese: Não vale a pena pensar nela, é uma ilusão, uma flor que se murcha inevitavelmente. Na Índia, esta auto-observação e estudo da nossa psique são chamados, propriamente, Pratyâhâra.

Os pássaros-pensamentos devem passar pelo espaço da nossa própria mente em sucessivo desfile, mas sem deixar rastro algum. A infinita procissão de pensamentos projetados pelo Eu ao fim se esgota e, então, a mente fica quieta e em silêncio.

Um grande Mestre auto-realizado disse: «Somente quando o projetor, isto é, o Eu, está ausente por completo, então sobrevém o silêncio que não é produto da mente. Este silêncio é inesgotável, não é do tempo, é o incomensurável, só então advém aquilo que é».

Toda esta
técnica se resume em dois princípios:
1. Profunda reflexão.
2. Tremenda serenidade.

«REFLEXÃO SERENA»

REFLEXÃO SERENA, iluminação Necessitamos reflexão serena se é que de verdade queremos conseguir a quietude e o silêncio absoluto da mente.
Entretanto, resulta claro compreender que no gnosticismo puro os termos serenidade e reflexão têm significados muito mais profundos e, portanto, devem ser compreendidos dentro das suas conotações especiais.

O sentimento de
sereno transcende isso que normalmente se entende por calma ou tranquilidade, implica um estado superlativo que está além dos raciocínios, desejos, contradições e palavras, designa uma situação fora do alvoroço mundano.
Assim mesmo, o sentimento de reflexão está além disso que sempre se entende por contemplação de um problema ou idéia. Não implica aqui atividade mental ou pensamento contemplativo, e sim uma espécie de consciência objetiva, clara e transparente, sempre iluminada em sua própria experiência.

Portanto,
"sereno" é aqui serenidade do não-pensamento, e "reflexão" significa consciência intensa e clara. "Reflexão serena é a clara consciência na tranqüilidade do não-pensamento".
Quando reina a serenidade perfeita, se consegue a verdadeira iluminação profunda.

PASSOS A SEGUIR

A mente, A meditação Vamos completar a Técnica da Meditação com os passos que deverão se seguir e que o Mestre nos entregou nas Dez Regras da Meditação. A ordem não é exatamente igual e a única coisa que fizemos é adequar cada uma dessas regras uma ordem didática.
Todo estudante sério que pretenda aprofundar no campo do Autoconhecimento deve valorizar e apreciar estas regras, praticando-as com responsabilidade, pois é a única forma de aprender a meditar.

PRIMEIRO PASSO:

Relaxamento absoluto de todo o corpo. É imprescindível aprender a relaxar o corpo para a Meditação, nenhum músculo deve ficar em tensão.
É imprescindível, necessário, praticar sempre com os olhos físicos fechados a fim de evitar as percepções sensoriais externas. É urgente eliminar as percepções sensoriais externas durante a meditação interior profunda.

SEGUNDO PASSO:

Fazer-nos plenamente conscientes do estado de ânimo em que nos encontramos antes que surja qualquer pensamento.
O princípio base, fundamento vivo do Shamadhi, consiste em um prévio conhecimento introspectivo de si mesmo. Introversão é indispensável durante a meditação a fundo. Devemos começar por conhecer profundamente o estado de ânimo em que nos encontramos, antes que apareça no intelecto qualquer forma mental.
Resulta urgente compreender que todo pensamento que surge no entendimento é sempre precedido por dor ou prazer, alegria ou tristeza, gosto ou desgosto, etc.

TERCEIRO PASSO:

Observação Serena. Observar serenamente nossa própria mente, pôr atenção plena em toda forma mental que apareça na tela do intelecto."Tratar de observar a mente sem interrupção".

QUARTO PASSO:

Mantralização ou Koan. O intelecto deve assumir um estado psicológico receptivo, íntegro, unitotal, pleno, tranquilo e profundo.
Os objetivos da Mantralização ou Koan são:
  • a) Mesclar dentro do nosso universo interior as forças mágicas dos Mantrams ou Koans.
  • b) Despertar consciência.
  • c) Acumular intimamente átomos crísticos de altíssimo voltagem.
Com os Mantrams e com os Koans ou frases que descontrolam a mente se consegue o estado receptivo unitotal.

QUINTO PASSO:

Psicanálise. Examinar, indagar, pesquisar a raiz, a origem, a causa, razão ou motivo fundamental de cada pensamento, lembrança, afeto, emoção, sentimento, imagem, desejo, etc., conforme vão surgindo na mente.
Nesta etapa será necessária a sábia combinação da meditação com o sono. É urgente provocar e graduar o sono à vontade. Da sábia combinação de sono e meditação resulta isso que se chama Iluminação.
Desta forma vai se aprofundando nos níveis ocultos da mente, conhecendo os recursos íntimos dos nossos pensamentos, sentimentos e ações.

RECOMENDAÇÕES ESSENCIAIS

A mente, A meditação
  1. Deve existir continuidade de propósitos na técnica da meditação, tenacidade, firmeza, constância, insistência. As pessoas inconstantes, volúveis, versáteis, mutáveis, sem firmeza, sem vontade, jamais poderão conseguir o Êxtase, o Satori, o Shamadhi.
  2. Resulta agradável, interessante, assistir cada vez que se possa às salas de meditação (Lumisiais gnósticos). É óbvio que a técnica da meditação científica pode ser praticada tanto de forma individual e isolada como em grupos de pessoas afins.

REQUISITOS NA ATIVIDADE DIÁRIA

  1. Devemos tratar de recordar, rememorar, essa "sensação de contemplar" de momento em momento durante o curso comum e corrente da vida diária. Devemos nos converter em espiões da nossa própria mente. Contemplá-la em ação de instante em instante.
  2. É peremptório, urgente, necessário, converter-nos em vigias da nossa própria mente durante qualquer atividade agitada, revolta, deter-nos sequer por um instante para observá-la. A Essência deve liberar-se do corpo, dos afetos e da mente. Resulta evidente, notório, patente, que ao emancipar-se, ao liberar-se do intelecto, se libera de todo o demais.
A Técnica Científica da MEDITAÇÃO

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