segunda-feira, 9 de abril de 2012

Felicidade: realidade ou ilusão?

A felicidade é tema bastante discutido e difícil de definir. Alguns acham que felicidade independe das circunstâncias e do meio que o rodeia. Enquanto outros acham que tem a ver com o possuir bens materiais; ainda existem os que negam a sua existência.
Alguns filósofos e cientistas se debruçaram nesse tema e definiram a felicidade.O cientista Albert Einstein, disse que se alguém quer viver uma vida feliz, amarre-se a uma meta, não às pessoas nem às coisas. Já felicidade para o filósofo Sócrates, é livrar-se das coisas materiais e isso só poderá ser feito através do conhecimento de si mesmo.
Nas sociedades primitivas, a felicidade estava condicionada à satisfação das necessidades básicas como comer e gozar o momento presente. Na Idade Média felicidade é a certeza da vida eterna apesar das agruras da vida. Partindo da impossibilidade de alcançar a verdadeira felicidade aqui na terra, a ética cristã transfere sua obtenção para um mundo ultra-terreno. A felicidade só pode ser obtida no céu, como compensação da infelicidade terrena. Deste modo, uma felicidade ideal e ilusória vem substituir a felicidade terrena e real.
É com Max Weber que se inaugura uma nova ética para a justificação do capitalismo quando afirma que Deus se agrada com a prosperidade material e consequentemente com a felicidade do homem. Essa justificação da prosperidade material dá início a uma nova visão em relação à aquisição de bens materiais sem cair na maldição da Igreja Católica Medieval.
Numa sociedade capitalista há um forte apelo em adquirir o objeto desejado como condição básica de satisfação do eu. O sistema capitalista coisifica as pessoas, mede-as quantativamente e despe-as dos valores morais e éticos antes prioritários agora passam para o plano secundário.
O pensamento ético moderno, particularmente o dos filósofos iluministas e materialistas franceses do século XVIII, sustenta o direito dos homens serem felizes neste mundo, mas concebe a felicidade num plano abstrato, ideal, fora das condições concretas da vida social. Tais pensadores esqueciam o fundamento aristotélico de que o homem necessita de condições concretas para sua felicidade. Essas condições, todavia são escassas numa sociedade materialista e competitiva como a capitalista onde muitas vezes o sucesso independe do talento, da criatividade e da formação intelectual.
Felicidade tem uma concepção subjetiva; para um capitalista significa acumular riquezas; já para um socialista-comunista, o ideal é reparti-la; para um índio é satisfazer as suas necessidades básicas; para um estudante, a felicidade seria construir conhecimento; para um analfabeto, saber ler e escrever; para um colecionador, completar a sua coleção; já para um amador iniciante, ter a primeira peça e assim por diante. Nessa linha de raciocínio, infere-se que o ser humano entende a felicidade como a satisfação do eu.
Assim felicidade é uma construção cultural, algo relativo e subjetivo, pois depende, incondicionalmente, da visão de necessidade de cada pessoa. No sistema capitalista a prioridade é para as necessidades momentâneas e materiais (O celular de última geração, a TV de LCD, o carro do ano, roupa da moda, um corpo perfeito) em detrimento de valores éticos e morais.
No mundo atual, afetado por uma lógica do capitalismo selvagem, temos mais de dois bilhões de pessoas que estão totalmente excluídas da possibilidade de gozar da felicidade. Excluídas pela má distribuição de renda, por uma política suja e corrupta, pela falta de oportunidade de um Estado ausente em relação às necessidades dos cidadãos que pagam seus impostos em dia...
Felicidade é possível; só depende que concepção se tem dela.

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